Segundo pesquisa feita pela Forrester Research, os aplicativos feitos em AJAX para substituir aplicativos "desktop" tem deixado muito a desejar. Segundo a pesquisa, o maior descontentamento dos usuários é com o tempo de resposta.
A pesquisa aponta também as tecnologias emergentes para RIA como é o caso do Silverlight da Microsoft, o Adobe Flex. Como era de se esperar o JavaFX não foi nem mencionado nesta lista, devido ao seu "respiro de vida" ainda.
Pelo visto, os tempos de "programadores WEB" está chegando ao fim mesmo =) O jeito é fazer como nosso amigo Erko e investir esforços nessas tecnologias emergentes. Quem sabe o Java Web Start não ganha uma sobrevida e seja trazido a tona novamente, embora, os esforços da Sun hoje concentrem-se no JavaFX.
Quem está apostando no que? Será que aplicações Web como conhecemos hoje realmente irão desaparecer? Daqui uns dias iremos ver engraçados cartezes de "Code JSP/ASP/PHP/HTML/JavaScript for Food"! =)
quarta-feira, 26 de março de 2008
AJAX desapontando?
terça-feira, 25 de março de 2008
Regulamentar as profissões de Informática?
É isso que quer o Senador Expedito Júnior de Rondônia, em seu projeto de Lei apresentado. O projeto foi apresentado e aprovado pela CCT a duas semanas atrás.
Li um artigo que achei bem interessante e bem escrito: http://www.dicas-l.com.br/linha_de_data/linha_de_data_20080319.php
Estamos todos a perigo de sermos taxados como contraventores ou comprar nossa liberdade de exercer a profissão! Este projeto de Lei é totalmente NONSENSE!
O que vocês acham?
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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Projeto Semear - Leia por favor
Olá a todos, este é um post "beneficiente", então se puder tire 5 minutinhos e leia por favor.
HISTÓRICO DO PROJETO
O Projeto Semear nasceu no ano 2000, a partir da vontade e esforço de um grupo de pessoas de diferentes formações e experiências. Trabalhando inicialmente nas dependências da escola Municipal Grizelde Fischbom aos sábados, atendendo em média 100 crianças. No ano de 2003 formalizamos a Instituição com a elaboração do Estatuto e demais registros Em 2005 conquista um espaço próprio (Rua Cerejeiras, 800 – Jd. Ana Claudia) ainda que pagando aluguel. O número de crianças aumenta e o trabalho também, a luta para o pagamento das despesas é diária, mesmo contando com a colaboração dos parceiros e associados. O Registro de Utilidade Pública Federal é concedido em maio de 2006. Hoje atendendo em média 210 crianças que participam das oficinas de artes (dança, violão, teatro, percussão e coral), oficinas profissionalizantes (crochê e bordado manual), oficina esportiva (xadrez) e do curso "orientando para vida".
A instituição é mantida através de parcerias (empresas, Prefeitura Municipal) e trabalhos voluntários, mantém no bairro vínculos e ações conjuntas com escolas, posto de saúde, parceria com a faculdade (FACEMED e UTFPR) e outras instituições.
O resultado da produção da oficina de bordado manual e crochê, já está sendo comercializado, inclusive nos Estados Unidos, estamos qualificando nossa linha de produtos para receber o selo ÑANDEVA.
Este ano, com a parceria da comunidade Rotaract, equipamos uma biblioteca que será disponibilizada à população do bairro e especialmente às nossas "sementinhas".
Pretendemos ainda neste ano, implantar a oficina de bordado industrial, aproveitando a verba recebida do Criança Esperança.
Outras Informações:
- Site do projeto Semear: http://www.medianeira.com.br
/semear/ (em breve estaremos atualizando ele, e hospedando ele em novo local) - O que é a Ñandeva: http://www.nandeva.pti.org.br
/home_new/
- O Projeto Semear ou (Sociedade Filantrópica Semear Medianeira) foi o único projeto do Paraná a ser ajudado pelo criança esperança para o ano de 2008. Podem ver através do link: http://criancaesperanca.globo
.com/TVGlobo/Projetos_Sociais ou entrarndo no site do Criança Esperança ( http://criancaesperanca.globo/Campanha/criancaesperanca2006 /CDA/Pop/tvg_cmp_criancaesperan ca2006_pop_lista_projetos/0 ,31708,,00.html#sul .com ), e clicar num link que tem ao lado direito embaixo da pagina chamado "Projetos Apoiados" (um quadro azul).
Este projeto social, surgiu no princípio de uma idéia da minha mãe, porém só foi possível devido ao incentivo e a ajuda de muitas outras pessoas. Como todo o projeto social, e também para os que são da área de informática, sabemos que projetos sociais, tanto quanto projetos OpenSource, tem uma rotatividade enorme de pessoas, e apenas se mantém as pessoas chave, por isso, neste periodo de existência do projeto, muitas pessoas já passaram por ele.
Contudo, a intenção deste email é de pedir a ajuda de vocês para este ano, pois há grandes espectativas para o crescimento do projeto. No período de natal e fim de ano, todos ficam benevolentes, querem fazer doações, comprar presentinhos. Eu acho que podemos ajudar durante o ano todo na educação das crianças beneficiadas, o que é o mais importante. Ao meu ver, acredito ser mais importante "Ensinar a pescar", do que apenas "dar o peixe".
Bom, sei que muitos de vocês não conhecem este projeto em si, nem conhecem a minha cidade (onde nasci e onde moram meus pais) Medianeira - PR, porém, caso aceitem fazer a doação mensal, saibam que o dinheiro está indo para um lugar onde ele será bem empregado. E hoje eu realmente entendo aquela frase "o mínimo que você possa contribuir, já é o suficiente" (e você entenderá também logo abaixo).
O projeto, não precisa apenas de dinheiro, existem vários outros meios de se ajudar um projeto social, muitas pessoas não tem tempo disponível, ou sendo bem sincero, não tem muito saco para trabalhar num projeto social, existem vários perfis de pessoas. Algumas podem ajudar com o trabalho de diversas maneiras, (tem muita coisa que precisa ser feita), outras podem ajudar com doações de material, ou doações financeiras. Caso o seu perfil não seja o de ajudar com o trabalho, ou talvez a distância o impeça de tal ato, ajude financeiramente. Cada pessoa sabe com quanto pode ajudar todo mês.
Agora, vejam alguns números, e entendam o porquê qualquer ajuda financeira é de muita grande valia.
O projeto conta com apenas 36% de custos pagos mensalmente, que são frutos de parcerias fixas, com empresas e prefeitura. E isso representa apenas R$ 900,00. Ou seja, 64% que equivalem a mais ou menos R$ 1800,00 mensais, são oriundos de parcerias eventuais, doações eventuais, vendas de produtos produzidos pelas oficinas do projeto, campanhas, etc. Ou seja, as pessoas do projeto, precisam correr todos os meses atrás de recursos para sobreviver durante o ano, e continuar com o seu trabalho.
Agora vamos há algumas contas: Se 30 pessoas, puderem doar R$ 10,00 (dez reais) mensais, em débito automático, isso gerará uma receita de 10% do valor necessário mensalmente. Parece mentira né? Pois é, eu também fiquei pasmo com esses números. Por que, sinceramente o valor total de custos que há é pouco, e os parceiros conseguirem dar tão pouco dinheiro é vergonhoso. Mas, não posso criticar, porque eu até hoje não dava nada. Mas vou começar agora, então por favor, quem puder ajudar com qualquer quantia, sei que tem pessoas que podem dar mais, outras não podem dar, então por favor, quem puder ajude. Você viu que realmente qualquer quantia faz uma enorme diferença.
Estaremos reformulando o site deste projeto, e em breve ele terá um domínio próprio, e será atualizado constantemente. Para isso preciso de pessoas que possam ajudar voluntariamente nisso, não é muita coisa. O projeto já faz através de uma oficina de bordado, materiais para vender, como colchas, e muitas outras coisinhas, porém este ano com a compra de equipamento este trabalho ficará mais rápido, pois antes era tudo manual. Este material, será vendido no site, e encontraremos outros meios de vendê-lo também, mas eu gostaria de saber se tem alguém que conhece, ou estaria interessado também em procurar lojas que comprem este material, ou até mesmo conheça quem venda tais produtos e esteja interessado em ajudar. Bom, além destas coisas, existem muitas outras formas de se ajudar. Caso haja interesse me mande um email que estarei repassando para as pessoas responsáveis.
Obrigado pela atenção de todos, desculpa o texto longo, e se quiser repassar para alguém que também possa ajudar, faça este favor. Repassamos tanta besteira por email, perdemos tanto tempo lendo coisas inúteis, ou aqueles textos bonitinhos que quando terminamos de ler, nem lembramos mais de nada.
Sobretudo o mais importante, são as contas que podem ser usadas para débito automático em suas contas. Caso queira doar ligue no seu banco e peça para cadastrar a conta para débito automático em sua conta, ou agende uma transferência mensal. Lembre-se, qualquer valor é de grande ajuda.
SICREDI Ag: 710 C/C: 25.102-0
BANCO DO BRASIL Ag: 0735.8 C/C: 27.581-6
CAIXA ECONOMICA Ag: 0956 C/C: 013.66.375.1
Me coloco a disposição para qualquer dúvida que possa haver. E peço para quem puder, que copie e encaminhe este email para divulgar. Muito Obrigado.
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quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Gestão do Caórdico e do Invisível
Conforme havia falado neste post sobre a Gestão do Caórdico e do Invisível, aqui vai um post mais detalhado sobre esse assunto. Mas gostaria de deixar bem claro que não sou nenhuma autoridade no assunto, seja sobre os assuntos do título e até mesmo sobre gerenciamento de projeto, muito aquém disso, porém estive lendo uns artigos e pesquisando um pouco mais sobre o assunto e com isso percebi que essas coisas se encaixam muito bem no nosso mundinho da TI. E sobre gerenciamento de projeto, falo sobre as experiencias que vivi, ou que vivenciei, ou que escutei, não sou gerente e realmente não posso falar com a experiencia de um gerente.
Embora, sejamos desenvolvedores e lidamos diariamente com aspectos tecnicos, conceitos de administração não servem apenas para o trabalho, estes conceitos são empregados em toda a sua vida pessoal, e acho que é um conhecimento muito válido para se ter.
Enfim, este assunto surgiu de uma entrevista que eu ví na Marilia Gabriela na GNT (não sei qual o nome do programa dela exatamente). Naquele dia ela entrevistava o Oscar Motomura, fundador da empresa chamada de Amana-key esta empresa é um centro de excelência em Gestão aplicada e inovações radicais na área. Enfim, a partir desta entrevista tomei conhecimento sobre estes temas, e ao começar a ler me identifiquei com os pensamentos, e com novos termos.
Bom, a idéia de Caórdico surgiu em 1999 (ou talvez um pouco antes, não sei a data exata) por Dee Hock fundador e Diretor Executivo Emérito da Visa Internacional, no livro que ele lançou entitulado Birth of Chaordic Age.
A palavra caórdico tem sua origem em duas palavras Caos e Ordem. Significando:
Comportamento de qualquer organismo, organização ou sistema autogovernado que combine harmoniosamente características de ordem e caos.Este conceito não é uma coisa nova, é apenas uma observação sobre o universo, já feita por outras pessoas, para outras áreas, como pode-se notar em Física Quantica, ou mesmo na Teoria do Caos, ou ainda numa vertente de Psicologia chamada Gestalt (essa minha irmã que me ensinou =]). Ele ajuda a compreender que não se pode analisar o todo analisando uma parte, isoladamente. Não podemos entender o funcionamento do corpo humano por intermédio da análise de uma célula do fígado, dos fenômenos do universo por intermédio da análise de uma partícula subatômica, ou de uma cultura organizacional apenas olhando seu departamento de contabilidade. É necessário uma análise do todo, começando do relacionamento entre seu pessoal, até chegarmos nos relatórios estatísticos.
"Caórdicos somos, caórdicos vamos continuar sendo, caórdico é o mundo e caórdicas as instituições devem se tornar. Esse é um caminho para um futuro vivível nos séculos que virão." Dee HockOutra definição que nos faz compreender melhor, foi da origem do caórdico por Dee Hock, da fonte de suas idéias, que foram de um fenômeno físico que trata sobre o delicado equilíbrio entre o caos e a ordem no exato momento antes da mudança do estado líquido para o gasoso dos componentes químicos. Isto se chama estado caórdico, ou seja, entre o caos e a ordem e é o momento onde a energia do sistema atinge seu ponto máximo.
Este conceito, como já disse no outro post, me levou a pensar em como os projetos de TI são, e de como eles são gerenciados hoje, e me fez ver que caórdico tem tudo a ver com a TI, e é claro que deve ter muito a ver com outras áreas tbm, mas como eu sou um cara muito especialista, apenas sei de TI. =)
Contudo, em algum artigo que li por ai sobre este assunto, o cara da um exemplo do Surf, e mostra quantas variáveis imprevisíveis e caóticas um surfista tem que lidar para se equilibrar na prancha e "dropar" uma onda, como por exemplo, o vento, a força da onda, o movimento da onda, a altura da onda, etc etc. Sendo estas coisas, todas conhecidas, porém impossíveis de se determinar com precisão.
Isto nos leva a fazer uma analogia com os projetos e o gerenciamento de projetos. Quantas coisas são previsíveis, mas indeterminadas? Como um gerente consegue lidar com tanto caos, e mesmo assim conseguir organizá-lo? São muitas coisinhas, que podem acontecer no meio do caminho, que agora eu realmente consigo ver, o porque este modelo antigo de Waterfall é tão precário. Eu acho que é um pouco desta comparação com as outras áreas que falta a nossa área, principalmente neste quesito.
Não é de se admirar que a maioria dos projetos segue o mesmo padrão de atraso na entrega, qualidade deixada de lado por causa de prazo, e correria na reta final. Realmente é impossível prever o que vai acontecer num projeto, no começo dele, quando normalmente é feita a estimatíva, e os prazos são estabelecidos, e muitas vezes isso é feito com o conhecimento de apenas uns 50% do que precisa ser feito, e isso é perigosíssimo. Sei que existem as "porcentagens de cagaço", o levantamento dos riscos, e tudo mais, mas ao meu ver este tipo de planejamento perde de longe para uma metodologia ágil.
Outra coisa que achei bem interessante, é sobre a Gestão do Invisível. Já tinha ouvido falar, mas acho que quando li sobre o assunto, não compreendi realmente. Este artigo do Oscar Motomura, fala muito bem sobre este tipo de gestão, e como isso pode influenciar de maneira positiva e negativa uma empresa, e como ela pode estar fadada ao fracasso por um simples erro, ou falta de atenção em um ponto que pode ser crucial. Em seu artigo, Oscar Motomura da alguns exemplos simples, como por exemplo:
Um grande grupo financeiro, conhecido por seu pioneirismo na área de tecnologia, realiza uma profunda reorganização. Num efeito colateral imprevisto, seus funcionários perdem a confiança no conjunto de valores que fazia da empresa um dos melhores lugares para se trabalhar. O grupo continua como um dos mais avançados do mercado em tecnologia e seus resultados ainda são bons, mas seus melhores talentos estão aos poucos deixando a empresa e os universitários, que antes faziam fila para juntar-se ao grupo, agora parecem preferir outras opções.Ao final de seu artigo, ele traz uma lista de algumas coisas que podem ser levantadas para a gestão do invisível, alguns pontos importantíssimos que a maioria das vezes passa desapercebido. Então abaixo, seguem os itens que achei mais interessantes.
- Custo da desarmonia e dos desgastes interpessoais no dia-a-dia
- Custo da competição predatória, da ausência de cooperação
- Custo da desconfiança e dos controles excessivos
- Custo da não-reciclagem
- Custo da desmotivação, da falta de pique das pessoas
- Custo da acomodação pelo sucesso alcançado no passado
- Custo da falta de diálogo e de sintonia
- Custo do não se importar com o amanhã e focar no curto prazo
- Custo do turnover de pessoal
- Custo da “taxa de urgência” e do fazer na última hora
- Custo da falta de criatividade
- Custo do refazer, do corrigir, do compensar erros
- Custo da tecnologia obsoleta
- Custo da manutenção excessiva
- Custo da baixa produtividade
- Custo da burocracia
"Estamos num ponto do tempo em que uma era de quatrocentos anos está morrendo e outra está lutando para nascer – uma mudança de cultura, ciência, sociedade e instituições muito maior do que qualquer outra que o mundo já tenha experimentado. Temos à frente a possibilidade de regeneração da individualidade, da liberdade, da comunidade e da ética como o mundo nunca conheceu, e de uma harmonia com a natureza, com os outros e com a inteligência divina como o mundo jamais sonhou." Dee Hock
Links sobre o assunto:
Éra Caórdica (Blog)
Você S/A
Oscar Motomura
Site Caórdico
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terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Fábula dos Porcos - Desenvolvedores de hoje
Bom, faz tempo que queria escrever um post sobre esta fábula, nem que fosse apenas para "colá-la" na íntegra aqui. Vou aproveitar para fazer uns comentários também, mas vou fazê-los antes de você ler a fábula, então se você não estiver entendendo nada, depois de ler o texto tudo fará mais sentido, ou leia primeiro a fábula depois meus comentários, ou só leia a fábula, ao
Sobre esta estória tenho as seguintes opiniões:
Estamos virando especialistas em ferramentas e tecnologia, e estamos nos esquecendo do principal: a "solução". Não falo como se estivesse de fora do grupo, falo apenas como uma das pessoas que está se dando conta dessa situação, como tantas outras já perceberam, e tantas outras que estão percebendo. Tomando um exemplo simples, hoje vemos 99% das empresas contratando "Desenvolvedores [escreva-aqui-alguma-tecnologia]". No meu caso, eu sou um "especialista" em Java, mas mais que isso, sou um desenvolvedor de soluções, e tenho me dando conta disso a pouco tempo. Vejo hoje, aquele pessoal mais velho que eu, que ficou estagnado em certas "liguagens/ferramentas", como delphi, VB, Cobol, C, etc, e não faz mais nada além daquilo, e eles reclamam: "Po, não tem mais emprego na minha área.". Mas afinal, qual é seu emprego/área? Manipulador de ferramenta, ou desenvolvedor?
Mas por que o desenvolvedor está se tornando especialista? Na verdade o que está empurrando isso, é justamente o mercado ou os empregadores. Por exemplo, as empresas agora, estão numa corrida para SOA e BPM, como se isso fosse resolver todos os seus problemas. Ao menos mostra pra "fora" que a empresa investe em sí mesma. Mas até que ponto isso é bom? Um problema que vejo, é justamente essa corrida. Conheço pessoas que entraram em empresas agora, ou a pouco tempo atrás para participar de uma reestruturação de processos e arquitetura da tal empresa. "Vamos fazer uma nova arquitetura baseada em SOA e BPM! Isso fará com que garantamos uma integração contínua de novas soluções.". Aí é que está o grande erro, BPM hoje, segundo seus conceitos básicos, requer que a empresa seja re-estudada (insight) e que os processos sejam levantados, e não que a empresa seja reestruturada, creio que esse seja o maior erro cometido hoje em cima desses conceitos.
Uma coisa importante, e que muita gente não leva em consideração, é que TI é um MEIO e não um FIM, e está fadada ao fracasso a empresa que emprega a TI desta maneira. Ela não deve atrapalhar, e sim te ajudar e te dar agilidade, ao menos é isso que se pensou no começo quando inventaram os computadores. Contudo hoje somos escravos da TI, temos que moldar nossas maneiras, e processos de acordo com a TI e não ao contrário. Tive uma experiência esses dias atrás, na verdade não foi comigo esta experiência, mas me contaram o que aconteceu, e acho que serve como um simples exemplo. Um cliente de um certo projeto, agora só pode usar Gtalk para comunicação externa, então os desenvolvedores precisariam ter acesso ao gtalk para conversar com o cliente, e AGILIZAR a comunicação, porém na empresa onde eu trabalho o uso do gtalk é bloqueado. A gerente do projeto requisitou então que fosse liberado o uso do gtalk para os desenvolvedores do seu projeto o que foi negado. Isso mostra que as pessoas trabalham para a TI, e não o contrário. Não quero dizer que IMs devam ser liberados e tudo mais, justamente por causa de poucos "nonsenses" que abusam do seu uso, e os outros 90% pagam por isso, mas digo que a TI tem que trabalhar para você, agilizar a sua vida, e não atravancá-la. Não era esse o conceito principal de quando foi criado o computador?!
Esta fábula ainda me lembrou, sobre uma vertente da Administração, que está ganhando muito espaço nos últimos anos, que é a administração do caórdico, e a administração do invisível. Esta vertente de Administração se reflete hoje nas metodologias ágeis, que nada mais é, que "ter organização no caos", e administrar variáveis caóticas. Acho que administração do caórdico vale um outro post (fica pra próxima).
Contudo, a área de TI ainda é nova em comparação com outras áreas, que existem a séculos, e dentre as décadas tem evoluído. Apenas a TI precisa olhar um pouco mais pra fora, e não tentar reescrever toda a historia própria, até chegar no ponto onde o resto das coisas estão, e acho mesmo que é isso que está sendo feito, citando o exemplo da comparação da Administração e das metodologias ágeis, o que precisa mesmo é as pessoas envolvidas prestarem mais atenção no externo, e não serem apenas especialistas. É isso que garantirá o contínuo sucesso.
A Fábula dos porcos assados
Certa vez, aconteceu um incêndio num bosque onde havia alguns porcos, que foram assados pelo fogo. Os homens, acostumados a comer carne crua, experimentaram e acharam deliciosa a carne assada. A partir dai, toda vez que queriam comer porco assado, incendiavam um bosque... Até que descobriram um novo método.
Mas o que quero contar é o que aconteceu quando tentaram mudar o SISTEMA para implantar um novo. Fazia tempo que as coisas não iam lá muito bem: as vezes, os animais ficavam queimados demais ou parcialmente crus. O processo preocupava muito a todos, porque se o SISTEMA falhava, as perdas ocasionadas eram muito grandes - milhões eram os que se alimentavam de carne assada e também milhões os que se ocupavam com a tarefa de assa-los. Portanto, o SISTEMA simplesmente não podia falhar. Mas, curiosamente, quanto mais crescia a escala do processo, mais parecia falhar e maiores eram as perdas causadas.
Em razão das inúmeras deficiências, aumentavam as queixas. Já era um clamor geral a necessidade de reformar profundamente o SISTEMA. Congressos, seminários e conferencias passaram a ser realizados anualmente para buscar uma solução. Mas parece que não acertavam o melhoramento do mecanismo. Assim, no ano seguinte, repetiam-se os congressos, seminários e conferencias.
As causas do fracasso do SISTEMA, segundo os especialistas, eram atribuídas a indisciplina dos porcos, que não permaneciam onde deveriam, ou a inconstante natureza do fogo, tão difícil de controlar, ou ainda as arvores, excessivamente verdes, ou a umidade da terra ou ao serviço de informações meteorológicas, que não acertava o lugar, o momento e a quantidade das chuvas.
As causas eram, como se vê, difíceis de determinar - na verdade, o sistema para assar porcos era muito complexo. Fora montada uma grande estrutura: maquinário diversificado, indivíduos dedicados exclusivamente a acender o fogo - incendiadores que eram também especializados (incediadores da Zona Norte, da Zona Oeste, etc, incendiadores noturnos e diurnos - com especialização matutina e vespertina - incendiador de verão, de inverno etc). Havia especialista também em ventos - os anemotecnicos. Havia um diretor geral de assamento e alimentação assada, um diretor de técnicas ígneas (com seu Conselho Geral de Assessores), um administrador geral de reflorestamento, uma comissão de treinamento profissional em Porcologia, um instituto superior de cultura e técnicas alimentícias (ISCUTA) e o bureau orientador de reforma igneooperativas.
Havia sido projetada e encontrava-se em plena atividade a formação de bosques e selvas, de acordo com as mais recentes técnicas de implantação - utilizando-se regiões de baixa umidade e onde os ventos não soprariam mais que três horas seguidas.
Eram milhões de pessoas trabalhando na preparação dos bosques, que logo seriam incendiados. Havia especialistas estrangeiros estudando a importação das melhores arvores e sementes, o fogo mais potente etc. Havia grandes instalações para manter os porcos antes do incêndio, alem de mecanismos para deixa-los sair apenas no momento oportuno.
Foram formados professores especializados na construção dessas instalações. Pesquisadores trabalhavam para as universidades para que os professores fossem especializados na construção das instalações para porcos. Fundações apoiavam os pesquisadores que trabalhavam para as universidades que preparavam os professores especializados na construção das instalações para porcos etc.
As soluções que os congressos sugeriam eram, por exemplo, aplicar triangularmente o fogo depois de atingida determinada velocidade do vento, soltar os porcos 15 minutos antes que o incêndio médio da floresta atingisse 47 graus e posicionar ventiladores gigantes em direção oposta a do vento, de forma a direcionar o fogo. Não é preciso dizer que os poucos especialistas estavam de acordo entre si, e que cada um embasava suas idéias em dados e pesquisas específicos.
Um dia, um incendiador categoria AB/SODM-VCH (ou seja, um acendedor de bosques especializado em sudoeste diurno, matutino, com bacharelado em verão chuvoso) chamado João Bom-Senso resolveu dizer que o problema era muito fácil de ser resolvido - bastava, primeiramente, matar o porco escolhido, limpando e cortando adequadamente o animal, colocando-o então numa armação metálica sobre brasas, até que o efeito do calor - e não as chamas - assasse a carne.
Tendo sido informado sobre as idéias do funcionário, o diretor geral de assamento mandou chamá-lo ao seu gabinete, e depois de ouvi-lo pacientemente, disse-lhe: "Tudo o que o senhor disse esta muito bem, mas não funciona na pratica. O que o senhor faria, por exemplo, com os anemotecnicos, caso viéssemos a aplicar a sua teoria? Onde seria empregado todo o conhecimento dos acendedores de diversas especialidades?". "Não sei", disse João. "E os especialistas em sementes? Em arvores importadas? E os desenhistas de instalações para porcos, com suas maquinas purificadores automáticas de ar?". "Não sei". "E os anemotecnicos que levaram anos especializando-se no exterior, e cuja formação custou tanto dinheiro ao pais? Vou manda-los limpar porquinhos? E os conferencistas e estudiosos, que ano após ano tem trabalhado no Programa de Reforma e Melhoramentos? Que faço com eles, se a sua solução resolver tudo? Heim?". "Não sei", repetiu João, encabulado. "O senhor percebe, agora, que a sua idéia não vem ao encontro daquilo de que necessitamos? O senhor não vê que se tudo fosse tão simples, nossos especialistas já teriam encontrado a solução ha muito tempo atrás? O senhor, com certeza, compreende que eu não posso simplesmente convocar os anemotecnicos e dizer-lhes que tudo se resume a utilizar brasinhas, sem chamas! O que o senhor espera que eu faça com os quilômetros e quilômetros de bosques já preparados, cujas arvores não dão frutos e nem tem folhas para dar sombra? Vamos, diga-me?". "Não sei, não, senhor". "Diga-me, nossos três engenheiros em Porcopirotecnia, o senhor não considera que sejam personalidades cientificas do mais extraordinário valor?". "Sim, parece que sim". "Pois então. O simples fato de possuirmos valiosos engenheiros em Porcopirotecnia indica que nosso sistema é muito bom. O que eu faria com indivíduos tão importantes para o pais?" "Não sei". "Viu? O senhor tem que trazer soluções para certos problemas específicos - por exemplo, como melhorar as anemotecnicas atualmente utilizadas, como obter mais rapidamente acendedores de Oeste (nossa maior carência) ou como construir instalações para porcos com mais de sete andares. Temos que melhorar o sistema, e não transforma-lo radicalmente, o senhor, entende? Ao senhor, falta-lhe sensatez!". "Realmente, eu estou perplexo!", respondeu João. "Bem, agora que o senhor conhece as dimensões do problema, não saia dizendo por ai que pode resolver tudo. O problema é bem mais serio e complexo do que o senhor imagina. Agora, entre nós, devo recomendar-lhe que não insista nessa sua idéia - isso poderia trazer problemas para o senhor no seu cargo. Não por mim, o senhor entende. Eu falo isso para o seu próprio bem, porque eu o compreendo, entendo perfeitamente o seu posicionamento, mas o senhor sabe que pode encontrar outro superior menos compreensivo, não é mesmo?".
João Bom-Senso, coitado, não falou mais um "a". Sem despedir-se, meio atordoado, meio assustado com a sua sensação de estar caminhando de cabeça para baixo, saiu de fininho e ninguém nunca mais o viu.
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